A construção de uma carreira na área de gestão, tem mais pontos em comum com a criação de uma empresa, do que inicialmente possa parecer.

Afinal de contas você está na gerência de sua carreira, e suas decisões e atitudes é que no final de contas determinarão o sucesso ou fracasso desse empreendimento pessoal.

Lembre-se que você pode até ser o produto de suas circunstâncias, mas pode desenhar o futuro que desejar como fruto de suas decisões.

Para isso basta criar suas próprias oportunidades e não sentar e esperar que elas apareçam.

Ao traçarmos paralelos entre carreira e negócios podemos aprender lições importantes do mundo dos corporativo que podemos aplicar na nossa jornada profissional.

Vejamos quatro barreiras que precisam ser vencidas para que um empreendimento tenha sucesso e como aplicar essas ideias em nossas carreiras.

Barreira #1 – Insegurança é natural, mas não deve nos paralisar

O percentual de empreendimentos que fracassam após o seu lançamento varia de país para país, e varia de segmento para segmento, e varia de tipo de produto para tipo de produto.

Mas uma estatística que garanto que é precisa é a de que 100% dos empreendimentos que não saem do papel falham.

E aqui, o mundo dos negócios tem uma vantagem sobre o gerenciamento de uma carreira. Um negócio pode ou não sair do papel. A pressão começa quando o empreendimento tem início.

Nossas carreiras não têm esse luxo. Investimos muito tempo e dinheiro nelas. Para quem já tem um curso superior, são dezenas de anos de estudos e preparação. Precisamos que nossa carreira decole.

Mas tenha em mente o que Winston Churchill, primeiro-ministro da Grã-Bretanha durante a Segunda Guerra Mundial, costumava dizer:

Barreira #2 – Cuidado com quem você se compara, isso pode arruinar sua carreira

Um outro problema que as empresas enfrentam é competir com organizações com recursos muito superiores ao que elas tem a oferecer. E isso pode inibir a iniciativa dessas organizações de tomar as medidas necessárias para fomentar seu crescimento, pois pode parecer que a lacuna existente é intransponível e o esforço inútil.

O problema dessas empresas é querer comparar sua situação atual, com a situação de organizações estabelecidas. O segredo é buscar empresas em condições semelhantes às suas. Essas são suas reais concorrentes  e é em comparação à elas que elas devem traçar suas estratégias de crescimento.

Muitos profissionais, jovens e já maduros, podem cair nessa armadilha da comparação. Imagine que você vá a um encontro com os colegas que se graduaram com você. Inevitavelmente as histórias de carreira vão surgir.

E elas podem parecer histórias de terror para alguns de nós. O sucesso de nossos colegas. As conquistas. A projeção das carreiras. Tudo isso pode ser intimidador e desestimulante.

Mas tenha duas coisas em mente.

1) O ser humano tem a tendência de dourar as pílulas, e nem tudo que você ouve é necessariamente a verdade nua e crua.

2) E mesmo que o que você esteja ouvindo deseja o retrato da verdade, talvez a realidade dessa pessoa e as oportunidades que ela teve sejam tão diferente da sua que não faz sentido fazer qualquer tipo de comparação.

O que fazer então? Precisamos de parâmetro de comparação para aferirmos nosso progresso na vida não?

A resposta é afirmativa, mas essa comparação você deve buscar no seu universo de atuação. Assim como as empresas devem se comparar com a concorrência em condições de igualdade, devemos olhar para nossa realidade.

Assim sendo, ao invés de comparar sua carreira com um antigo colega de faculdade, que tal comparar com um colega de trabalho atual. Alguém que trabalha na mesma empresa, que tem um perfil parecido com o seu, que trabalha na mesma área.  

Com o passar do tempo vocês estão caminhando no mesmo sentido? Ou algum de vocês está tendo mais sucesso. Caminhando mais rápido e com um futuro promissor?

Se você for o lado bem sucedido dessa avaliação continue com o bom trabalho, caso contrário agora você sabe que tem que se mexer.

Barreira #3 – Você está só, mas não precisa continuar assim

Independentemente do empreendimento, haverá sempre uma pessoa lá no topo, a mente por trás do negócio. A mente idealizadora. A força motriz. E isso pode ser muito solitário.

Mesmo quando há um grupo de sócios, as responsabilidades de cada um podem acabar isolando cada qual em um canto do negócio, com decisões e escolhas e conflitos que tem a ver unicamente com sua área de atuação.

A solidão advém do fato de que para encontrar alguém que seja capaz de entender o que se passa com você, você precisa que ela passe pelas mesmas coisas, e como na empresa seu papel de gestão é único, pode ser difícil encontrar pessoas com quem conversar sobre seus dilemas.

Isso pode parecer uma questão ligada unicamente à gestão de organizações, mas a situação da sua carreira não é tão diferente. Ao escolher se especializar em uma área do conhecimento, você entra em um grupo seleto de pessoas. E é natural que muitos assuntos relativos à sua especialidade fujam do entendimento ou mesmo interesse das outras pessoas da sua vida como sua família e amigos.

Portanto, em muitos momentos da vida você se verá só para tomar decisões de carreira sem ter com quem se aconselhar, a não ser que você busque se cercar de pessoas com carreiras semelhantes à sua, com quem você possa trocar experiências e ideias.

Nada impede que algumas dessas pessoas sejam colegas de trabalho, mas nem sempre você terá a liberdade de falar de suas inseguranças com esses colegas, portanto é importante que suas opções se estendam para fora das fronteiras da sua empresa, para aumentar alternativas para solucionar os dilemas que certamente irão surgir na sua vida profissional.

Busque intencionalmente parceiros de aconselhamento para a vida, e sua vida será mais rica.

Barreira #4 – Mentalidade de vítima

Quando uma pessoa decide abrir um negócio, essa é uma decisão pessoal. Ela está repleta de possibilidades de sucesso, estabilidade financeira, reconhecimento social. Mas esse é um dos lados da moeda. Junto com as possibilidades de sucesso, existe inevitavelmente a contrapartida, a chance do fracasso.

Aqui temos uma importante lição para nossas carreiras, a mentalidade empreendedora não dá muito espaço para uma mentalidade de vítima. Para gerir seus negócios essas pessoas entendem que tudo é com elas, que a responsabilidade é delas tanto dos sucessos quanto fracasso.

Por outro lado, a mentalidade de vítima sempre está à busca de razões para justificar insucessos e falhas. Organizações que adotam essa mentalidade tem muita dificuldade de se manter nos negócios, ou na melhor das hipóteses, não conseguem crescer o quanto poderiam, pois estão sempre olhando para trás e pensando no que não foi, ao invés de olhar para frente e pensar no que pode ser.

Isso parece familiar?

Você conhece alguém que trata sua carreira assim?

Pois bem, o quanto antes nos responsabilizamos por pensar mais no futuro, do que lamentar o passado, mais rápido tornaremos nossa realidade ideal igual à nossa realidade atual.

Em resumo

Olhe para sua carreira como o negócio que ela é, e no qual você já vem  investindo há anos, desde que começou a se qualificar lá no jardim a infância, essas engrenagens já estão em movimento, cabe a você tomar o controle.

Busque pessoas em momentos semelhantes de carreira, se possível na mesma empresa que você trabalha ou trabalhou, para só então fazer comparações. Não se compare com pessoas que estão numa realidade tão diferente da sua que não há comparação.

Busque se cercar de pessoas que conhecem os dilemas de sua profissão e com quem vocÊ possa buscar apoio e aconselhamento. Você precisa criar essa rede ela não vai se construir sozinha.

E por fim, assuma a responsabilidade, tanto pelos seus sucessos quanto fracassos. Faça mais do que deu certo e adapte, ajuste e altere o que não funcionou, até dar certo, não importa o tempo que leve.