Certa vez me inscrevi num curso intensivo de uma semana.
Aulas todos os dias. Manhã e tarde. O curso era muito puxado. Tínhamos três livros para discutir a cada dia.
Tanto que a leitura dos 15 livros foi indicada 2 meses antes das aulas começarem.
Foi avisado que você tinha que ter lido tudo para se capaz de acompanhar as aulas.
Eu queria muito receber esse certificado.
Por isso passei os 2 meses lendo e me apropriando dos conceito dos livros para aproveitar ao máximo as aulas.
O grande dia chegou, o primeiro dia de aulas.
Mas algo deu muito errado!
Na sala havia alguns sem senso.
O que é um sem senso?
No caso, um sem senso é aquela pessoa que sabe mais que todo mundo, quer mostrar que saber, e começa a falar de assuntos que estão além dos assuntos que deveriam ser discutidos na aula.
Pois é, na minha sala havia alguns sem senso. Mal a aula começou e eles começaram a falar de outros livros que tratavam de outros assuntos paralelos aos assuntos da aula.
Foi aí que percebi que havia mais um sem senso, o professor!
Ao invés de dar um corte nessas pessoas, e dizer que isso estava fora do contexto, ele começou a entrar nesses novos assuntos.
Para encurtar a história, quando cheguei em casa tive que virar a noite lendo todos esses novos assuntos, para ser capaz de entender o que viria no dia seguinte.
Mas no dia seguinte, os sem senso estavam lá e é claro que ao invés de continuarem a discussão dia anterior, trouxeram outros assuntos, outros livros e no segundo dia lá estava eu virando a noite novamente, para tentar acompanhar a turma.
Minha sensação de despreparo era enorme.
Na turma ninguém pareceu se incomodar com esses novos assuntos. Na realidade todo mundo agia como se fosse algo conhecido de todos.
Comecei a considerar a desagradável possibilidade de que era eu quem estava no lugar errado. Que eu não tinha a bagagem necessária para acompanhar o curso.
Já fui no terceiro dia me sentindo o pior e mais fraco aluno da sala.
Não é surpresa dizer que os sem senso estavam lá, e trouxeram novos assuntos que não tinham nada a ver com os conteúdos programados para aquele dia.
Para mim foi a gota d´água. Ficou óbvio que eu não tinha capacidade de acompanhar aquela turma. Decidi desistir, mas não antes de expressar minha insatisfação com o fato de que estávamos vendo assuntos que não estavam na ementa do curso, e que eu achava que isso havia me prejudicado.
Sabe o que aconteceu depois que falei isso?
Um a um, outros colegas começaram a confidenciar que também não estavam entendendo nada.
Que estavam se sentindo exatamente como eu, como se fossem impostores, que não tinham as competências necessárias para estarem naquela sala. Alguns também estavam pensando em desistir. Outros tinham certeza de que não iriam passar.
Percebemos que na sala haviam 21 pessoas assim divididas:
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Um (01) Sem senso master (o professor)
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Três (03) Sem senso júnior (alunos)
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Dezessete (17) alunos e alunas se sentindo impostores
O filme teve final feliz, o professor começou o curso seguindo o conteúdo programado e todo mundo conseguiu acompanhar as aulas normalmente.
Mas nesse dia aprendi uma lição importante. Temos que tomar muito cuidado com quem nos comparamos.
Se cometermos um erro de avaliação, as consequências para nossa autoestima e nosso futuro podem ser desastrosas.
A SÍNDROME DO IMPOSTOR
Síndrome do impostor é a sensação de que suas realizações não importam.
Que você você só chegou onde chegou por causa da sorte ou por enganar os outros a acreditarem em você.
Você sente profunda insegurança em relação ao seu trabalho e realizações. A qualquer momento todo mundo pode descobrir a fraude que você é.
Se por um lado ser arrogante não é uma coisa boa, desvalorizar suas realizações também não é.
E essa síndrome do impostor é muito mais frequente do que você pode imaginar. Isso ocorre porque o medo de ser “descoberto” faz com que aqueles que sofrem com isso fiquem em silêncio.
Essas pessoas não querem admitir suas inseguranças, para não se exporem.
A síndrome do impostor afeta tanto pessoas que tem um desempenho modesto como aquelas com alto desempenho.
E as mulheres são ainda mais afetadas do que os homens por esse fenômeno.
O SUJO FALANDO DO MAL LAVADO
Há alguma ironia ao escrever sobre esse assunto porque, por que quando alguém fala de algum assim é natural se esperar que seja algo que essa pessoa domina. Bem, ao menos aqui não é esse o caso. Pelo contrário, sendo vítima da síndrome do impostor ajuda você a entender melhor como esse processo acontece na cabeça de uma pessoa.
Esse fenômeno na realidade tem um padrão.
Você começa a olhar para a vida de outra pessoa, que conquistou algo que você deseja conquistar também, e começa, quase sem perceber a se comparar com ela.
A pensar com ela foi bem sucedida. Como ela venceu na vida.
E em algum momento, você percebe que ela conseguiu e você não, e a ficha cai, então começa a pensar “eu não consegui”, “eu não sou um sucesso”, “eu fracassei”.
Na superfície, a maioria de nós consegue reprimir esse tipo de instinto, mas lá no fundo ele domina muitos dos pensamentos e sentimentos de uma grande quantidade de pessoas.
Um exemplo muito comum desse tipo de sentimento é quado alguém começa a aprender uma língua estrangeira. Você admira outras pessoa que conseguem entender e se comunicar em outra língua. Deseja um dia ser capaz de fazer o mesmo. Só que quando esse dia chega, e você fala, entende e escreve bem, isso já não parece grande coisa, parece mesmo algo trivial.
Parece que perdeu a magia.
Sabe por que?
Por agora, sua preocupação não é mais saber falar ou entender, agora é uma preocupação com o sotaque, com a pronúncia. Você se preocupa em saber se está usando as palavras certas para expressar seus sentimento.
Enquanto antes, a preocupação era apenas conseguir conversar por alguns minutos sem se atrapalhar, agora você não sente que está fazendo direito a não ser que esteja falando fluentemente, sem erros, com a gramática perfeita. Você começa a se compara com um nativo da língua. vocÊ se irrita consigo pois já deveria ser capaz de entender tudo perfeitamente e falar sem erros.
Esse padrão – encontrar algo especial, alcançá-lo e, imediatamente, descontar isso como não sendo uma conquista “verdadeira” – é algo que podemos encontrar na vida de muita gente.
Talvez você já tenha passado por isso em um ou dois momentos de sua vida.
Não há nada errado em definir metas mais difíceis. O problema com a síndrome do impostor é que você ignora suas conquistas do passado, sempre considerando o que já passou como algo que não merece mais ser comemorado.
Isso parece com você?
E quanto mais sucesso você experimenta, mais esse sentimento fica forte.
Há muito o que se falar para entender a síndrome do impostor.
Mas há dois grandes fatores que distorcem seu pensamento sobre suas realizações que você pode trabalhar para não perder o foco de suas conquistas.
FATOR # 1: CONQUISTAS SÃO RELATIVAS, MAS PENSAMOS QUE SÃO ABSOLUTAS
Quando a questão é sucesso, na teoria, é fácil se afastar de qualquer situação e olhar para ela de forma panorâmica.
Olhando de longe é fácil dizer quem é bem sucedido e quem não é.
Se você trabalha em uma empresa, parece ainda mais fácil:
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Supervisor
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Coordenador
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Gerente
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Executivo
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Vice-presidente
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Presidente
Na área educacional temos pessoas que são:
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Professores
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Mestres
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Doutores
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Pós-doutores
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Pesquisadores
Nos esportes:
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Atletas regionais
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Atletas nacionais
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Atletas olímpicos
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Recordistas mundiais
Olhando de longe é fácil entender a hierarquia. Quem está acima e quem está abaixo.
Mas quando vamos nos aproximando, quando somos uma dessas pessoas, somos muito menos sensíveis a essa escala absoluta de excelência, ficamos mais atentos à nossa posição em relação a posição daquelas pessoas que estão imediatamente ao nosso redor.
Assim sendo, vemos claramente quem está imediatamente acima e quem está imediatamente abaixo de nós e nosso olhar não vai muito além disso. O resto parece distante demais.
E até faz sentido não nos preocupamos em posições muito acima daquelas que ocupamos.
Se estou cursando a faculdade ainda, não faz muito sentido eu querer me comparar com que está terminando seu pós-doutorado faz? Essas realizações estão tão além do que estou passando no momento, que não me causam nenhuma ansiedade.
Assim sendo o raciocínio básico é:
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Quem está imediatamente abaixo de nós são águas passadas;
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Quem está imediatamente acima de nós nos superou;
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Nossas conquistas atuais não fazem diferença.
A INSEGURANÇA VEM DE VALORIZARMOS DEMAIS OS NÍVEIS LOGO ACIMA DE ONDE ESTAMOS
Como vimos, damos mais atenção a quem está imediatamente acima de nós.
Eu me comparo de forma desfavorável com essas pessoas.
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Comparo minha fluência básica com a fluência intermediária de outra pessoa;
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Comparo o emprego de alguém com meu estágio;
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Comparo a pósgraduação de uma pessoa com meu curso de graduação.
Mas o grande problema acontece quando você evolui para o próximo nível.
Sabe o que acontece? Você enxerga o nível seguinte!
O problema acontece quando sua fluência passa de básica para intermediária e você não fica feliz, mas começa a se comparar com quem tem fluência avançada.
O ciclo começa de novo.
Em resumo, quando digo que nossa percepção de sucesso é relativa, isso significa que sempre há um degrau claramente definido acima e abaixo.
E a insegurança vêm de uma ênfase exagerada no degrau acima de você, em vez de reconhecer os degraus que você já escalou e os sucessos que já superou.
Mas isso não é o que a Síndrome do Impostor faz com você.
O que a síndrome do impostor faz é levar você a pensar que você não tem mérito de ter atingido o estágio de sua vida em que você se encontra agora.
Você começa a duvidar de você.
Talvez suas conquistas tenham sido por causa de sorte, ou das circunstância ou porque outras pessoas perceberam em você uma qualidade que na realidade vocÊ não tem.
Dá para imaginar esse pesadelo?
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O que você já passou em sua vida não tem mais importância;
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O que você conquistou até agora pode ter sido por pura sorte;
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O que importa realmente é aquilo que você ainda não tem.
Importantíssimo tudo isso, parei no tempo e comecei refletir, muitas coisas estão relacionadas a mim. Analisando a síndrome do impostor, as vezes mim comparo, achando-me incapaz de entender os assuntos, olha das para as dificuldades, mas ao mesmo tempo eu tento mim acalmar e friso na possibilidade e que eu sou capaz, eu consigo, é tento e várias formas mim convencer disso. Mas o importante de tudo e nao desanimar e continuar persistindo, ate pq a batalha so é ganha para aqueles q lutam, estou lutando contra minhas dificuldade e sei q chegarei ao topo do sucesso.
Joseane, essa é a ideia sem tirar nem por. Se estamos nos comparando com pessoas boas é porque estamos neste círculo de influência afinal de contas não é? Se ainda não estamos com o desempenho que desejamos, é exatamente como você diz, uma questão de tempo. Persistir, resistir às dificuldades e superar alguns obstáculos.
Mais fácil de dizer do que fazer, mas é aqui que entra nos cercarmos de uma comunidade de pessoas que quer crescer e quer nosso melhor.
Conte com esse tipo de apoio aqui na nossa comunidade do Ferramentas Mentais de uma forma geral e de mim em particular.
Abraço.
As vezes me pego pensando porque estou a tanto tempo sem trabalhar com carteira assinada , cera que sou incapaz de trabalhar na área que me for dada . Mas enquanto o síndrome do importa não sair de mim vou me virando com outras coisa honesta e claro para paga minha faculdade. Daqui as uns três anos não vou mas me encaixa no mercado de trabalho pois já estou ficando velha , pois o mercado que pessoas jovem que inove que tenha a mente aberta não só pra tecnologia mas pra o mundo no geral
OI Maria, me permita discordar de uma coisa que você disse e concordar com a outra:
EU DISCORDO: Se você está numa faculdade, apesar de vir trabalhando em atividades sem carteira assinada, um modo de encarar isso é que você está se sacrificando hoje para ter uma qualificação mais tarde.
EU CONCORDO: Daqui a alguns anos QUALQUER PESSOA que não tenha mente aberta para as tecnologia vai estar velha.
MAS UM ALERTA: Isso não tem anada a ver com idade cronológica. Eu conheço gente muito jovem que não sabe o básico de tecnologia, e conheço gente muito mais velha que eu que dá um banho em muita gente. Portanto, ficar velho tem a ver com não se atualizar e não com envelhecer.
Quanto a envelher nada podemos fazer, mas ficar velho e desatualizada é uma opção.
Busque capacitações, se cerque de pessoas com interesses diferentes dos seus e vocÊ sempre será moderna.
Abraço.